Gasto Brasil atinge R$ 5 trilhões em 2025 e reforça debate sobre eficiência do gasto público
As despesas dos governos federal, estaduais e municipais alcançaram a marca de R$ 5 trilhões em 2025, conforme dados do Gasto Brasil, painel de monitoramento das contas públicas desenvolvido pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), em parceria com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O volume foi registrado nesta terça-feira, 16 de dezembro.

Criada em abril deste ano, a ferramenta acompanha, em tempo real, os gastos públicos em todas as esferas e poderes. Inspirado no Impostômetro, o Gasto Brasil se diferencia por detalhar a destinação dos recursos arrecadados, permitindo ao cidadão consultar informações por tipo de despesa, região e esfera de poder — Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública.
Do total apurado em 2025, R$ 2,1 trilhões correspondem à esfera federal, R$ 1,4 trilhão aos estados e R$ 1,5 trilhão aos municípios. Apenas no âmbito federal, os gastos do Judiciário já somam cerca de R$ 50 bilhões, enquanto o Legislativo Federal ultrapassa R$ 36 bilhões. As despesas com Previdência alcançam R$ 1,4 trilhão.
Os números englobam despesas com pessoal e encargos sociais, investimentos em obras, inversões financeiras — como aquisição de imóveis — e outros gastos correntes. Na comparação com o Impostômetro, que registra arrecadação próxima de R$ 3,8 trilhões, o painel evidencia um desequilíbrio de aproximadamente R$ 1,2 trilhão, com despesas superiores às receitas.
Para o presidente da CACB, Alfredo Cotait Neto, os dados reforçam a urgência de uma agenda responsável para as contas públicas. “É preciso buscar eficiência no uso do dinheiro público. O Brasil tem alta carga tributária e achar que a solução é o aumento de impostos chega a ser um erro primário. O controle dos gastos públicos é uma necessidade para garantir não apenas a saúde fiscal do Estado, mas também para promover o desenvolvimento social e econômico”, afirma.
Na avaliação do presidente da Federaminas, Valmir Rodrigues da Silva, o painel cumpre um papel estratégico ao ampliar a transparência e qualificar o debate público. “Ferramentas como o Gasto Brasil fortalecem a cidadania e o controle social, ao mostrar com clareza onde e como os recursos estão sendo aplicados. Para o setor produtivo, é fundamental que o debate sobre contas públicas esteja baseado em dados, eficiência e responsabilidade fiscal, criando um ambiente mais seguro para investir, empreender e gerar empregos”, destaca.
A Federaminas, alinhada à CACB, reforça que o equilíbrio fiscal e a boa gestão dos recursos públicos são pilares essenciais para o desenvolvimento econômico sustentável, a competitividade das empresas e o fortalecimento do associativismo empresarial em Minas Gerais e no Brasil.
