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Impressões pessoais do Congresso Mundial de Câmaras de Comércio Rio, 12, 13, 14 de junho de 2019 – Afonso Henrique da Silva Lima

02 de julho de 2019 - 14:33

 

Estive presente, como Presidente da ACE de Itaúna, juntamente com o nosso Vice-Presidente, Maurício Gonçalves Nazaré, no Congresso Internacional de Câmaras de Comércio realizado na cidade do Rio de Janeiro nos dias 12, 13 e 14 de junho, fazendo parte da comitiva da Federaminas. Algumas coisas no Congresso me chamaram a atenção, dentre elas, uma frase escrita em inglês, logo na entrada, que traduzindo, lê-se: TRABALHANDO PARA A PROSPERIDADE GLOBAL.
Essa frase dizia muito do espírito do Congresso, ou seja, as Associações Comerciais, chamadas de Câmaras de Comércio lá fora, trabalham pensando na prosperidade. Outra frase que estava mais a frente dizia: TRABALHANDO PELA PAZ MUNDIAL.
A última coisa que as pessoas que lidam no comércio e com prestação serviço querem é guerra, a menos que elas estejam diretamente envolvidas com a produção de armas que eu não acho que seja o caso lá. O comércio é muito importante para o mundo e para a paz mundial, como consequência e como fator criador.
Nestes três dias, convivemos intensamente com gente do mundo inteiro e não somente com aqueles países tradicionais da América do Norte, Europa, principalmente Europa Ocidental, Japão e a própria a China. Tinha muita gente da África: Quênia, África do Sul, Nigéria. Havia também países do Oriente Médio, onde podemos citar a Jordânia, Turquia, além de outros países que quase não se ouve falar. Arábia Saudita, Irã, Iraque e também países do extremo oriente. Também observei a presença de vários países da América do Sul.
A presença de todos os representantes desses países criava um ambiente quase que externo ao Brasil. Uma vez lá dentro, você tinha a impressão de que estava em um outro país, afinal, o menor número de pessoas que estavam no Congresso, era de brasileiros. Arredondando, era mais ou menos algo como de 1.200 pessoas de 90 países diferentes. A língua mais ouvida durante os três dias era o inglês. Tivemos contato com pessoas de toda parte.
Quando conversava com representante do Irã, por exemplo, ele não dizia que não gostava do Iraque ou do Kwait, ele gosta é dele e está ali para fazer negócio com qualquer um. Não se escutava falarem de conflitos, só ouvíamos falarem de entendimentos e negócios.
Outra coisa que me chamou muito a atenção foi que, quando eu perguntava como eram as Câmaras de Comércio, como elas funcionavam, se tinham a mesma estrutura das nossas, ouvia mais é que elas são bastante leves, pequenas, quase que postos de atendimento ou ponto de encontro de empresários, onde eles trocam ideia sobre negócios, o que é uma coisa muito comum. E procuram também apoio do Governo para que os negócios fluam melhor.
Esta entidade, ICC, chamada de Câmara de Comércio Internacional, foi criada logo após a 1ª guerra, em 1919 e completou agora 100 anos e o Brasil foi agraciado com a possibilidade de festejar essa importante comemoração. Ao final da 1ª. Guerra Mundial, foi criada a ICC que logo trabalhou muito para a criação da Liga das Nações com o objetivo de garantir a paz mundial. Mas apesar de tudo, veio a 2ª. Guerra Mundial. Ao final, novamente a ICC trabalhou apoiando a criação da ONU que substituiu a Liga da Nações. A ONU conseguiu evitar guerras de grande porte, mas não consegue prevenir as de pequeno, e isso para as Associações Comerciais é péssimo. Elas querem paz e tranquilidade para trabalhar e isso foi muito falado no Congresso, não nas palestras especificamente, mas nas conversas que eu tive com as pessoas, isso aflorava.
Eu sempre tive muito interesse em saber como o negócio funciona lá fora, afinal conheço as ACES do Brasil, de Minas Gerais e outros estados e elas tem muita semelhança. Então esse era o meu objetivo no Congresso, saber se nós estamos muito a frente ou atrás dos outros. As nossas associações tem semelhança com as de fora? Em que são melhores que a gente ou o que nós somos melhores?
Essas perguntas eu fui buscar lá e a resposta que encontrei conversando com pessoas de vários desse país é que nós não estamos nem a frente e nem atrás, na verdade, temos muito em comum, o mundo nessa parte de negócios está muito integrado. Os problemas que nós temos são problemas que todo mundo tem. Para começar por exemplo, a primeira palestra que assistimos lá foi sobre corrupção. Ficamos uma manhã inteira discutindo sobre esse tema e é unanimidade dizer que ela é a pior coisa que existe para os negócios. Ela atrapalha muito, afinal cria desconfiança, cria problemas com os Governos e entidades. Inclusive distribuíram uma apostila muito bem escrita e com muito detalhes que explica como evitar a corrupção na sua entidade ou negócio.
Eu notei uma série de palavras que foram temas constantes tanto nas reuniões chamadas plenárias, nos workshops ou mesmo nas conversas informais que são comuns pra nós aqui: inovação, livre comércio, corrupção, burocracia, sustentabilidade, meio ambiente, compartilhamento, tecnologia digital, transparência, oportunidade de negócios para ACES no cenário internacional, startups, ATA e Blockchain, educação para novas tecnologias no sentido de que está sobrando emprego em áreas tecnológicas e não tem gente para preencher estas vagas, além do Co Working que é uma palavra muito em moda hoje.
Esse Blockchain, que não vou entrar em detalhes aqui, é uma simplificação para comércio internacional que presa por eliminar entraves burocráticos com bancos e até mesmo com o governo. Uma palestra inteira abordou esse tema. ATA é uma legislação nova que 15 países já assinaram e a tendência é aumentar esse número. Quando se faz uma feira internacional tem-se o direito de levar seus produtos sem pagar imposto na hora de entrar no país, seja lá roupas, equipamento de vídeo computadores, você entra no país sem pagar os impostos pelos produtos que levou e depois volta-se com eles, é claro.
Eu me senti realmente inserido no mercado mundial, o que é muito bom. Nós estamos acompanhando muito bem o que acontece lá fora. Inclusive nós temos Associações aqui que prestam um volume de serviços para os associados até maior. Nós temos uma gama de prestação de serviços que muitos não possuem, atuando apenas na maioria das vezes como escritório de reuniões e negócios.
Chamou atenção um stand da Associação Árabe Brasileira que estava lá para fazer negócios com os países Árabes. O movimento neste stand foi muito intenso durante todo o congresso. O stand de Dubai, que deve receber a próxima edição do congresso, também chamava atenção devido ao seu tamanho e qualidade. Também destaco aqui o stand da Rússia, que vai receber uma edição do Congresso daqui a 4 anos. Esses dois foram os maiores stands do congresso.
Dos stands menores, vale destacar o de Singapura, que estava coordenado por duas moças bem ativas, que nos chamavam a toda hora na tentativa de fechar negócios. Este stand me chamou a atenção pelo fato de Singapura ser o lugar número um no mundo no que tange a facilidade de fechar negócios, com uma menor burocracia e uma taxa baixíssima de corrupção. É uma ilha que não tem quase nada de recursos naturais e por isso, eles tiveram que ser os melhores em absolutamente tudo.
Nunca satisfeito com o volume de negócios que têm, é um país brilhante que não tinha nada há poucas décadas, ficava muito atrás de países desenvolvidos e hoje é considerado um dos países de melhor nível de vida no mundo. Singapura conquistou esse destaque trabalhando muito com ações relativamente simples como reduzir burocracia, zerar praticamente a corrupção e atrair pessoas que queriam fazer negócio, dando para elas todas as facilidades inimagináveis, a começar por créditos a juros irrisórios. E lá , o Governo é forte aliado da iniciativa privada.
Outra coisa que me chamou a atenção foi a presença da Sra. Manizha Wafeq, que é a presidente da Câmara Feminina do Afeganistão. Alguns países daquela região são tradicionalmente muito machistas e reduzem as mulheres quase que a zero. As restrições impostas à participação das mulheres levou a criação dessa importante Câmara, muito ativa e que já recebe a devida aceitação do governo. Na oportunidade, a presidente do Conselho Nacional da Mulher Empresária, Tânia Rezende, convidou-a para o Encontro Internacional de Mulheres que vai acontecer durante o nosso XXII Congresso das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais, de 24 à 27 de outubro. Ela me disse que fará o possível para ir. Ela inclusive, foi uma das três pessoas homenageadas no Congresso.
No último dia, aconteceu um jantar onde foi apresentado, em uma tela gigante, o que é a diversidade do Brasil, com músicas de várias partes do país e danças ao vivo de pessoas com trajes típicos . O toque final ficou por conta da apresentação de uma ala de escola de samba, que fechou com chave de ouro a forma alegre brasileira de ser, e botou todo mundo pra dançar.
Eu achei que valeu muito a pena participar, conversei com o Presidente Emílio sobre a participação da Federaminas. Ele disse: Minas Gerais foi o Estado que mais apoiou a CACB para a realização do evento. Tivemos um prestígio muito grande. Vale destacar aqui o stand da CACB, muito bem montado e com um ótimo atendimento. Importante ressaltar a ótima organização do Congresso inclusive com grande respeito aos horários.
Acredito que o Congresso conseguiu atingir o seu objetivo mostrando que no fundo somos todos iguais e temos os mesmos objetivos de fazer negócios, promover progresso e promover o entendimento entre os povos independentemente de costumes, religiões levando à criação de um mundo melhor para todos.
Gostaria de deixar aqui os parabéns ao nosso Presidente Emílio e sua equipe, por todo o esforço em apoiar o congresso e também o nosso Presidente da CACB, George Pinheiro, que estava lá, representando muito bem a nossa classe e numa animação incrível.

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